Especialista alerta para riscos de complicações e crescimento de casos entre jovens
A alta miopia deve avançar de forma preocupante no Brasil nos próximos anos. Segundo um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com o problema — caracterizado por mais de 5 dioptrias — deve subir de 6,68 milhões em 2020 para cerca de 9,5 milhões em 2030, um crescimento de 54%. Já a miopia leve e moderada deve apresentar aumento mais lento, de 60,5 milhões para 83 milhões de casos, alta de 36%.
Para o oftalmologista Dr. Antônio Sardinha, do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC), o cenário reflete mudanças no estilo de vida moderno. “As pessoas estão passando muito mais tempo diante de telas e cada vez menos expostas à luz natural. Esse desequilíbrio tem impacto direto no desenvolvimento da miopia”, explica.
Ele destaca que o avanço da alta miopia é especialmente preocupante porque o problema pode causar danos permanentes à visão. “Diferente da miopia comum, a alta miopia pode provocar alterações estruturais no olho. É um quadro que aumenta o risco de descolamento de retina, glaucoma e até cegueira irreversível”, alerta Sardinha.
O especialista recomenda atenção especial às crianças e adolescentes. “Temos observado um aumento significativo do número de pacientes jovens com graus muito altos. O ideal é que pais e escolas incentivem atividades ao ar livre e limitem o tempo de telas”, orienta.
Além disso, o médico reforça a importância do acompanhamento oftalmológico regular. “A detecção precoce é essencial. Consultas anuais ajudam a controlar a progressão e identificar possíveis complicações antes que se tornem graves”, conclui.