Geração de energia renovável no país foi recorde em 2023, com 93% de toda a eletricidade produzida por usinas hidrelétricas, eólicas, solares e a biomassa
Por Gabriela Ruddy - EPBR
O Sistema Interligado Nacional (SIN) registrou uma taxa de emissão de 38,5 quilos de dióxido de carbono por cada megawatthora (MWh) gerado em 2023, menor taxa desde 2012, segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Alguns dos fatores que contribuíram para a redução nas emissões foram a entrada de novas fontes renováveis no sistema e o cenário hídrico favorável para a geração hidrelétrica.
Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o país teve recorde de geração renovável em 2023, com 93,1% de toda a eletricidade gerada no ano a partir de usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa.
Em 2023, a capacidade instalada nacional de geração cresceu quase 20 gigawatts (GW), sobretudo a partir das fontes solar e eólica, que representaram juntas 94% da expansão total.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), ações para reduzir a geração térmica a óleo diesel também contribuíram para a queda nas emissões no SIN.
As iniciativas incluem a interligação ao sistema nacional dos sistemas isolados de geração, dependentes de térmicas a diesel. Em 2023, os municípios de Parintins e Itacoatiara, no estado do Amazonas, e Juruti, no Pará, foram interligados ao SIN.
Recorde de geração renovável
Levantamento da CCEE aponta que o Brasil gerou 70.206 megawatts médios de energia renovável em 2023 a partir das suas usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa -- 93,1% de toda a eletricidade produzida no ano, o maior da história do país.
As hidrelétricas, que representam cerca de 58% da capacidade instalada da matriz energética brasileira, geraram quase 50 mil megawatts médios para o SIN, 1,2% a mais que em 2022.
A CCEE aponta que as usinas encerraram o ano com níveis de reservatório confortáveis para o enfrentamento do período seco de 2024, graças ao cenário hídrico favorável dos últimos dois anos e ao complemento de fontes alternativas, como eólica e solar.
Estas duas últimas foram responsáveis pela geração de mais de 13 mil megawatts médios, crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período de 2022. A entrada em operação de novos parques eólicos e solares elevaram a capacidade instalada para mais de 42,6 mil MW, equivalente a três usinas hidrelétricas do tamanho de Itaipu.
A geração de energia a partir da biomassa, que tem como principal matéria-prima o bagaço da cana-de-açúcar, foi de 3.218 megawatts médios, aumento de 9,6% frente a 2022.