Lúcia Garcia, do Dieese, apresenta os resultados da Pesquisa de Emprego e Desemprego do DF de setembro de 2024 - Imagem: Reprodução / Youtube |
A taxa de pessoas desempregadas na capital tem leve queda, com a criação de 30 mil novos postos de trabalho em relação ao ano anterior
Por Agência Brasília* | Edição: Débora Cronemberger
O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentaram, nesta terça-feira (29), os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal (PED-DF) e da Periferia Metropolitana de Brasília (PED-PMB) referentes a setembro de 2024. Em um cenário de leve recuperação no curto prazo, a taxa de desemprego total no Distrito Federal declinou de 15,6% para 15,4%, entre agosto e setembro deste ano, e recuou em relação a setembro de 2023, quando a taxa era de 16,5%.
Este recuo é atribuído, em grande parte, à criação de 30 mil novos postos de trabalho nos últimos 12 meses, número superior ao aumento da População Economicamente Ativa (PEA), que teve 13 mil pessoas a mais buscando inserção no mercado. Esse crescimento do nível ocupacional foi acompanhado por uma queda no desemprego aberto, que passou de 13,3% para 12,9% da PEA, enquanto o desemprego oculto teve leve aumento de 2,3% para 2,5%.
A pesquisa também aponta que serviços e comércio foram os maiores impulsionadores dessa recuperação, apresentando elevação nas contratações ao longo do último ano. Já o setor público e os trabalhadores autônomos mantiveram-se estáveis, enquanto o volume de empregados domésticos e de assalariados sem carteira assinada reduziu, sinalizando uma movimentação de consolidação nos setores formalizados.
Serviços e comércio foram os maiores impulsionadores da recuperação de postos de trabalho no DF, com aumento de contratações no último ano | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília |
Na Periferia Metropolitana de Brasília (PMB), a taxa de desemprego cresceu para 15,1% em setembro de 2024 em relação a agosto (13,3%), embora a proporção de desempregados registrados no último mês seja inferior ao identificado no mesmo período de 2023, quando era de 15,9%. O setor de construção foi o principal responsável pela manutenção do emprego na região, registrando um aumento de 6,5% no número de trabalhadores, em contraponto ao setor de Serviços, que teve retração de 5,9%.
A economista e técnica do Dieese Lucia Garcia ressalta que os números do último trimestre trazem um alívio, com queda no desemprego e aumento de renda em comparação ao ano passado. Ainda assim, Garcia alerta para desafios que acompanham esse cenário, como a queda de empregos domésticos e públicos e o aumento de aposentados.
"Encerramos o último trimestre do ano com boas notícias: o desemprego é menor e o rendimento maior que os registrados no ano anterior, no mesmo período. Trata-se de uma folga necessária para refletir sobre movimentos que se acentuam e demandam atenção, como a queda do emprego doméstico, o recuo do emprego público e o aumento de aposentados. Uma pausa para respiro, mas com os desafios que gestores devem enfrentar à frente."
A pesquisa mensal realizada pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e IPDF (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Distrito Federal) revelou alguns destaques sobre o mercado de trabalho do DF em setembro de 2024:
- A taxa de desemprego no DF caiu para 15,4%, uma redução em relação ao mês anterior (16,2%) e ao setembro de 2023 (16,5%).
- O número de desempregados recuou 6,1% em relação a 2023, chegando a aproximadamente 266 mil pessoas.
- O setor de serviços apresentou crescimento no emprego, com alta nos segmentos de administração pública e alojamento/alimentação.
- O emprego formal com carteira assinada e o trabalho autônomo tiveram expansão, enquanto o setor público registrou retração.
- A massa de rendimentos ficou estável no mês, com leve alta em relação a julho, mas ainda superior ao ano anterior.
Segundo os especialistas, o mercado de trabalho do DF tem passado por mudanças graduais, com indicativos de estabilização após os impactos da pandemia.
Acesse os estudos:
→ PED-DF
→ PED-AMB
→ PED-PMB
*Com informações do IPEDF
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