Baixa qualidade do ar em diversas regiões do Rio Grande do Sul causa preocupação em especialistas
O céu da capital dos gaúchos e outras cidades do estado está amanhecendo
diferente, com sol de tom alaranjado e atmosfera cinza que impossibilita de ver
o tempo limpo. A fumaça gerada pelas queimadas florestais que invadiram o Rio
Grande do Sul vem chamando atenção e inspirando cuidados devido a insalubridade
do ar. Especialistas como a agência suíça IQ Air apontam que a concentração de
partículas de até 2,5 micrômetros (PM2.5) em Porto Alegre registaram índice
quase 12 vezes acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Entre os
principais perigos para saúde estão os riscos de irritação no olhos, nariz e
garganta, problemas respiratórios como bronquite, asma e falta de ar, além das
doenças cardiovasculares devido a exposição prolongada aos ambientes externos.
Em relação aos cuidados oftalmológicos, o dr. Leandro, do Hospital Banco de
Olhos, destaca que a situação pode causar outras doenças e inspira atenção para
quem tem condições específicas.
"Além de aumentar a coceira e gerar irritação nos olhos, as
partículas suspensas no ar podem causar conjuntivite e blefarite. Quem tem
síndrome do olho seco precisa estar atento para não agravar a situação, devido
as condições climáticas adversas. Outro alerta importante é sobre não coçar os
olhos, algo que pode ser muito prejudicial e até causar problemas graves na
córnea", detalha o médico.
Para evitar riscos, a dica é manter os olhos lubrificados com colírio
recomendado por um profissional habilitado, ainda mais ao sentir os olhos
irritados, secos, vermelhos ou ardendo. No entanto, se o paciente sentir
sensação de queimação, ardência, dificuldade de enxergar ou de olhar para a luz,
assim como infecções, deve procurar imediatamente um oftalmologista.
"Como é um cenário atípico, que a população não está acostumada a
lidar, é importante alertar a necessidade de evitar exposições desnecessárias
aos ambientes externos por tempo prolongado. Se fizer, o ideal é hidratar-se e
higienizar as mãos antes do contato com os olhos. Principalmente por ser uma
situação anormal, a população deve ficar atenta e buscar ajuda médica caso
sinta alguma dificuldade", finaliza.
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