
Alta nos preços foi puxada pelo habitual reajuste na educação e também pelo combustível; capital registrou índice de 0,75% no IPCA, enquanto a média do Brasil foi de 0,83%
Por Ian Ferraz, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno
      Brasília registrou inflação de 0,75% em fevereiro, puxada          pelos grupos de educação e transportes, segundo o Índice          Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta          terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e          Estatística (IBGE). Embora a alta em relação a janeiro, a          capital foi apenas a 10ª região com maior índice entre as 16          verificadas.
        O IPCA é a inflação oficial do país. O índice é divulgado de          diferentes formas, podendo ser mensal, quando é comparada entre          o mês vigente e o anterior, e também com a variação acumulada do          ano.
        Em relação a fevereiro, os dois grupos que mais contribuíram          para a inflação foram educação e transportes. Segundo o IBGE e o          Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF),          o mês é caracterizado pelo reajuste escolar. A educação,          inclusive, liderou o aumento dos preços com 0,21 ponto          percentual, seguido por transportes, aqui relacionado aos          combustíveis, com crescimento de 0,20 ponto percentual.
        "Educação e transportes, vale ressaltar, são preços          administrados. Eles não oscilam de acordo com oferta e demanda          de mercado, são regulamentados e têm um período para reajuste,          no caso da educação, e em transportes, que é o item responsável          pelos combustíveis, é também um preço de certa forma          administrado, pois segue o valor do barril do petróleo", explica          a diretora de Estudos de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas          do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal, Dea          Fioravante.
        Para março, a tendência é que o aumento na educação não se          repita, segundo a gestora. "Não esperamos essa alta de preços          desses grupos para o próximo mês. Educação isso é certo porque          passa o período de reajustes. Em transportes, se o responsável          continuar sendo o combustível, é possível que tenha um aumento          por conta da redução do subsídio relacionado aos combustíveis",          acrescentou a diretora. No quesito combustível, a gasolina foi o          item que mais contribuiu entre todos os pesquisados pelo IBGE          para essa inflação de 0,75% no DF.
        Já na educação, os preços do ensino fundamental alavancaram o          índice. No entanto, a inflação de fevereiro para a educação foi          de 3,54%, menor que os 8,54% registrados neste mesmo mês em          2023. "Esse é o mês em que acontece o reajuste na educação, mas          a inflação foi menor. No ano passado, esse índice foi de 8,54%,          e agora tivemos 3,54%, abaixo da média dos últimos 10 anos",          apontou o assessor especial da Coordenação de Análise Econômica          e Contas Regionais do IPEDF, Pedro Borges, responsável pela          apresentação da análise dos resultados da inflação no DF.
        Mensalmente, o IPEDF divulga uma análise, focada no Distrito          Federal, dos principais índices de preços do país, o IPCA e          INPC. Os resultados são divulgados no Blog da Conjuntura e em          apresentações transmitidas pelo YouTube que podem ser assistidas          ao vivo, às 14h30, nos dias da divulgação dos índices pelo IBGE,          por meio do canal do IPEDF.
      
