|  | 
| Carteira de trabalho - Foto: Tony Winston/Agência Brasília. | 
Benefícios e contribuições também sobem a partir deste mês
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
      A partir desta quinta-feira (1º), os trabalhadores começam a        receber o salário mínimo oficial de R$ 1.412. O dinheiro,        referente à folha de janeiro, é 6,97% maior que o salário de R$        1.320, que vigorou de maio a dezembro de 2023.
      O valor de R$ 1.412 corresponde à inflação pelo Índice Nacional        de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado nos 12 meses terminados        em novembro, que totalizou 3,85%, mais o crescimento de 3% do        Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. Enviada pelo governo em maio,        a medida provisória com a nova política de valorização do salário        mínimo foi aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado em        agosto.
      Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos        Socioeconômicos (Dieese), o reajuste do salário mínimo beneficiará        59,3 milhões de trabalhadores e resultará em um incremento da        renda anual no montante de R$ 69,9 bilhões. A entidade estima que        o governo – União, estados e municípios – arrecadará R$ 37,7        bilhões a mais por causa do aumento do consumo atrelado ao salário        mínimo maior.
      Aposentadorias
      As aposentadorias com o novo valor começaram a ser pagas na        última quinta-feira (25). Isso porque os benefícios equivalentes        ao salário mínimo são pagos nos últimos cinco dias úteis do mês        atual e nos cinco primeiros dias úteis do mês seguinte. O        Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o auxílio-doença também        começaram a ser pagos no dia 25.
      Seguro-desemprego
      A faixa inicial do seguro-desemprego também foi reajustada        conforme o salário mínimo. A partir de fevereiro, os benefícios        relativos a janeiro subirão para R$ 1.412. O valor máximo também        foi reajustado, para R$ 2.313,74. Embora o piso do benefício tenha        seguido o reajuste do salário mínimo, o teto aumentou em 3,71%,        equivalente ao INPC do ano passado.
      PIS/Pasep
      O abono salarial do Programa de Integração Social (PIS) e do        Programa de Formação do Patrimônio do Serviço Público (Pasep)        referente a 2023 começa a ser pago em 15 de fevereiro.        Proporcional ao novo salário mínimo, o valor será calculado        proporcionalmente em relação ao número de meses trabalhados com        carteira assinada em 2021.
      Contribuições
      O reajuste do salário mínimo aumentou diversas contribuições.        Os microempreendedores individuais (MEI) passarão a recolher de R$        70,60 a R$ 76,60, conforme o ramo de atividade. Em 2023, os MEI        contribuíam de R$ 66,10 a R$ 71,10. Para os MEI caminhoneiros, o        valor subiu de R$ 169,44 para R$ 175,44.
      Os novos valores começam a ser cobrados nos boletos com        vencimento em 20 de fevereiro. Os MEI em geral pagam 5% do salário        mínimo para ter direito aos benefícios da Previdência Social, mais        R$ 1 de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)        ou R$ 5 de Imposto sobre Serviços (ISS). Os MEI caminhoneiros        recolhem 12% do salário mínimo, mais as mesmas quantias de ICMS ou        de ISS.
      As contribuições para o Instituto Nacional do Seguro Social        (INSS) também foram reajustadas com o aumento do salário mínimo.        Quem recebe o piso paga 7,5% do salário mínimo, o equivalente a R$        105,90 por mês. Quem ganha mais que o salário mínimo paga 9%, 12%        ou 14% sobre a remuneração mensal, que depende de negociações        entre os patrões e os empregados.
      Quanto ao Cadastro Único para Programas Sociais do Governo        Federal (CadÚnico), a concessão de benefícios considera de baixa        renda as famílias com renda mensal per capita (por pessoa) de até        meio salário mínimo. A linha da pobreza subiu de R$ 660 por pessoa        em 2023 para R$ 706 por pessoa em 2024. Se considerada a renda        familiar total de até três salários mínimos, o valor aumentou de        R$ 3.960 para R$ 4.236.
      Ganho real
      Ao descontar a inflação pelo INPC, o salário mínimo teve ganho        real de 5,77% em relação a maio de 2023, quando passou a vigorar o        mínimo de R$ 1.320. Se for considerado o salário mínimo de R$        1.302, que vigorou de janeiro a abril, o ganho foi menor, de        4,69%. Isso porque o INPC, índice que mede a inflação das famílias        de menor renda (até cinco salários mínimos), estava mais alto no        início de 2023.
      De 2007 a 2019, vigorava política semelhante à atual, em que o        salário mínimo era corrigido pelo INPC do ano anterior mais o        crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.        Caso o PIB encolha, há a reposição apenas pela inflação. De 2020 a        2022, o salário mínimo passou a ser corrigido apenas pelo INPC,        sem ganhos reais.
      Em 2023, houve dois aumentos. De janeiro a maio, o salário        mínimo foi reajustado para R$ 1.302, com ganho real de 1,41%. A        partir de maio, quando o governo editou a medida provisória        retomando a política salarial anterior, o salário passou para R$        1.320, com valorização real de 2,8% em relação ao mínimo de 2022.
    

