
Período chuvoso alerta para aumento de casos. Agravamento do quadro pode trazer sérias consequências
Por Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader 
      O período chuvoso no Distrito Federal começou e é preciso        redobrar a atenção com os possíveis criadouros do mosquito da        dengue – Aedes Aegypti -, que se reproduz em depósitos de água        parada. Com o aumento da chance de disseminação da doença, a        população precisa estar atenta aos sintomas, pois o agravamento do        quadro pode trazer graves consequências.
      A dengue é uma arbovirose urbana transmitida pela picada da        fêmea do Aedes Aegypti. Há quatro sorotipos diferentes (DENV-1,        DENV-2, DENV-3 e DENV-4) e, no momento, ainda não há medicamentos        específicos para o vírus. A melhor forma de combate tem sido a        prevenção, por meio da eliminação das condições de reprodução do        mosquito, mantendo o espaço sempre limpo e sem possíveis acúmulos        de água.
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| A melhor forma de combate à dengue tem sido a prevenção, por meio da eliminação das condições de reprodução do mosquito | Fotos: Breno Esaki/ Agência Saúde | 
Apesar de os sintomas da doença serem muito semelhantes aos de        gripe e resfriado, o médico de família e comunidade da Secretaria        de Saúde (SES-DF), Fernando Aires, explica que a principal        diferença é a intensidade de cada um deles. "A dengue se destaca        pela febre abrupta, a intensidade das dores musculares e a        possibilidade de evolução para complicações graves, o que é menos        comum em outras viroses", detalha.
      Em 2023, até a última semana do ano, de acordo com o Boletim        Epidemiológico 47, foram notificados 52.864 casos suspeitos da        doença, dos quais 40.934 eram prováveis.
      Com relação à situação epidemiológica nas regiões        administrativas, Ceilândia apresentou o maior número de casos        prováveis (5.280), seguida de Samambaia (3.518), Recanto das Emas        (2.566), Brazlândia (2.545) e Taguatinga (2.169). Essas cinco RAs        concentraram 41,7% dos casos prováveis de dengue no Distrito        Federal.
      Sintomas
      Os principais sintomas são febre alta (acima de 38ºC); dor no        corpo e articulações; dor atrás dos olhos; mal-estar; falta de        apetite; dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.
      De acordo com Aires, é preciso procurar uma unidade de saúde a        qualquer sinal de febre, principalmente se a pessoa estiver em        locais com alto número de casos da doença, e buscar orientação        médica.
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| Ceilândia, Samambaia, Recanto das Emas, Brazlândia e Taguatinga concentraram 41,7% dos casos prováveis de dengue no DF | 
"Aqueles que já foram avaliados e medicados, devem retornar        para nova avaliação, principalmente, se observar piora dos        sintomas", afirma.
      Quando a doença se apresenta com sinais de alarme, os sintomas        apresentados são: dores fortes na barriga; vômitos persistentes;        sangramentos no nariz, boca ou fezes; tonturas e/ou muito cansaço.        Já a dengue grave, se caracteriza por extravasamento de plasma        e/ou hemorragias que podem levar o paciente a choque grave e até à        morte.
      Mulheres grávidas, crianças e idosos têm mais chances de        desenvolver complicações. Os riscos aumentam quando o indivíduo        tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus,        anemia falciforme, hipertensão, além de infecções prévias por        outros sorotipos.
      Tratamento
      Como não há medicamento próprio para o combate ao vírus, o        principal tratamento para a dengue é a hidratação correta,        calculada de acordo com o peso. Para aliviar os sintomas, é        necessário a prescrição de anti-inflamatórios, além de repouso,        tudo com o devido acompanhamento médico.
      A pessoa com suspeita de dengue não deve se automedicar, pois        há medicamentos que acarretam a piora do quadro, como os        salicilatos (AAS, por exemplo). Os anti-inflamatórios não        hormonais – cetoprofeno, ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida e        outros – e as drogas com potencial hemorrágico também não devem        ser utilizadas.
      "Caso esteja com sintomas de dengue e utilize AAS todos os        dias, procure orientação em uma unidade de saúde para saber se        deve continuar tomando a medicação", orienta o especialista.
      Na maioria dos casos leves, a dengue tem cura espontânea após        10 dias.
      Atendimento
      Para casos graves, nos quais as pessoas apresentem sinais de alarme, recomenda-se buscar atendimento em unidades de pronto atendimento (UPAs) e hospitais regionais.
*Com informações da Secretaria de Saúde
      



